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Cirurgias antigas podem atrapalhar futuros corredores

Cirurgias antigas podem atrapalhar futuros corredores

Você Sabia que suas antigas cirurgias podem te atrapalhar na corrida?

 

Cirurgias, cicatrizes antigas, retrações profundas, na verdade são questões que realmente podem atrapalhar o desenvolvimento de um corredor? A resposta é sim, não em todos os casos, mas muitas vezes isto é verdade. E se pensarmos em como toda a dinâmica abdominal influencia nossos membros inferiores (quadris, joelhos, tornozelos e pés), vamos entender que não só as retrações, como as congestões abdominais, podem sim atrapalhar muito o desempenho tanto de novos atletas, como de atletas de ponta. Um relato muito comum de mulheres é que algumas dores lombares e em membros inferiores são características de acordo com a fase do ciclo menstrual.

 Para simplificar bem como ocorre este processo é só imaginarmos como nos sentimos depois de sairmos de uma churrascaria, com o abdômen bem dilatado, isso nos leva a relaxar naturalmente a musculatura abdominal e como é um processo passageiro, em algumas horas voltamos ao normal. Agora vamos imaginar uma situação muito comum hoje em dia pelo excesso de vários componentes da nossa alimentação que levam a acumulo de gases como o excesso de glúten, isso nos leva a processos congestivos constantes que solicitam do nosso corpo adaptações a este estímulo, que já seria muito negativo para um atleta que necessita de sua musculatura abdominal bem ativa durante seus treinos.

Numa mulher grávida este processo ocorre gradativamente e gera adaptações de seus membros inferiores, sua pelve se abre inicialmente para acomodar o bebê e na hora do parto se fecha para que ele passe pelo orifício formado pelo púbis, ísquios e cóccix, isto ocorre quando dizemos que a barriga “desceu”. Usei este exemplo para entendermos o potencial de mudança que existe do abdômen em relação aos membros inferiores, se olharmos uma mulher grávida andando veremos seus pés virados para fora. Esses micromovimentos adaptativos imperceptíveis para os olhos ocorrem o tempo todo quando andamos, a perna que vai a frente gera uma força em fechamento pélvico de um lado e do lado contrario a perna que fica para trás gera força em abertura pélvica.

cirurgias

Agora voltando a falar de antigas retrações ou cicatrizes abdominais, como por exemplo, uma cicatriz de apendicectomia, aquela que muitos têm do lado direito do abdômen que se usava para retirada do apêndice, quando ela estiver dura e dolorida, ela se torna uma força concêntrica que tende a puxar os tecidos em sua direção, o que pode afetar esses micromovimentos adaptativos e impedir que eles ocorram em sua integralidade, o que pode gerar novas adaptações, neste caso no membro inferior direito, podendo surgir dores em quadril, joelho, tornozelo ou pé. Não existe regra, pois a postura de cada um influencia também neste processo, portanto é impossível prevermos como cada corpo vai reagir.

Isto no dia a dia, avaliando pacientes é muito raro, pois na verdade os casos que chegam já com lesões estão num grau adaptativo tão avançado, que já sofrem influências, às vezes, de várias retrações e congestões. Um exemplo clássico são os pacientes que em algum momento já apresentaram Bursite trocantérica (dor na lateral do quadril), comumente nestes casos temos retrações antigas na lateral do quadril que num desequilíbrio pélvico gerado por eventuais congestões e retrações abdominais, podem reaparecer na forma de sintomas de dor mecânica, não inflamatória.

Este tipo de avaliação é praticada por fisioterapeutas formados pelo Método Busquet pela visão analítica que o método possui correlacionando a influência desta dinâmica abdomino-pélvica com as Cadeias Musculares, que por conta desta relação hoje chamamos de Cadeias Fisiológicas.

É importante salientar a importância da avaliação preventiva, pois muitas vezes liberando estas retrações, mesmo que hoje não estejam provocando nenhuma dor, podemos evitar futuras lesões que poderiam ocorrer em momentos de ciclos mais exaustivos de treinos.

Bons Treinos!!

Fonte: Webrun

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Artigo Escrito Por:

Cláudio Cotter

Claudio Cotter | CREFITO 30874-F

Instagram: @fisiocorredor

  • Graduação em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo;
  • Especialista em RPG;
  • Formação no Método Busquet;
  • Pós Graduado em Medicina Psicossomática – Associação Brasileira de Medicina Psicossomática;
  • Ex-Fisioterapeuta da Seleção Brasileira Feminina de Futebol (CBF);
  • Colunista do Portal Ativo e Webrun;
  • Ultramaratonista;
  • Consultor da Mizuno segmento running;
  • Sócio-fundador da CM.2 Clínica Multidisciplinar.

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