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Você está pronto para o acaso?

Você está pronto para o acaso?

Você está pronto para o acaso?Assistindo uma entrevista do Luiz Felipe Pondé com Jorge Forbes, mais uma vez veio um insight de como nosso organismo funciona em um padrão muito parecido se pensarmos comparativamente entre o físico e o psíquico.

Parte da entrevista eles comentavam sobre um livro do próprio Jorge Forbes, um psicanalista de renome, no qual ele fala sobre a psicanálise nos tempos pós-modernos e o quanto temos que estar “preparados para o acaso”. O livro: Inconsciente e responsabilidade.

Tanto esta fala sobre estar preparado para o acaso, como o título do livro me chamaram a atenção, pois ouvimos o tempo todo dos pacientes que lesões e dores foram frutos do acaso, “minha coluna travou quando acordei e me abaixei para escovar os dentes na pia”, “levantei uma mala pesado no avião e machuquei o ombro”, “torci meu joelho no futebol, pois pisei de mal jeito”, em todas estas situações culpamos o acaso como se fosse um acidente de percurso, mas no fundo sabemos que nosso corpo já estava predisposto a isso por uma série de fatores.

No campo da psiquê entendemos da mesma forma que, em certas situações como o luto, uma mudança de emprego, uma avaliação ou apresentação importante, processos judiciais complicados, as pessoas tendem a se desequilibrar emocionalmente, mas quando estão bem preparadas conseguem superar estas fases da vida apesar do estresse. O problema é quando não fazemos um trabalho de autoconhecimento, não nos preocupamos em entender como é a melhor forma de nos relacionarmos com os outros e não nos preocupamos em entender como nosso corpo lida com as emoções que nos afligem em cada uma destas situações.

No aspecto físico podemos entender como estar preparado para o acaso desenvolver percepção corporal e sistema antecipatório, nossos músculos são capazes de antecipar instabilidades quando bem treinados para isso, toda musculatura mais profunda, que fica mais próxima das articulações, em geral músculos menores, que atendem a apenas uma articulação, tem como característica a manutenção de uma biomecânica mais precisa e são músculos que facilitam os ajustes posturais finos.

Imagine uma bola vindo em direção ao seu rosto, ao perceber você não tem tempo conscientemente de pensar em quais músculos deve contrair para proteger o rosto com as mãos, seus músculos dos ombros e braços se contraem para que seus braços se levantem, protegendo assim o rosto com as mãos. Mas existe um fato ainda mais inconsciente que ocorre antes desta contração.

A musculatura profunda do tronco, antecipadamente à dos ombros em pelo menos 30 milissegundos se contrai na medida certa para que haja estabilidade postural, proporcionando um ponto fixo mais estável, assim os músculos dos ombros se contraem com maior eficiência.

Bom, neste raciocínio poderíamos entender que manter o abdômen e toda musculatura do tronco o tempo todo contraída seria uma ótima ideia para manter uma boa estabilidade do tronco. ERRADO!! Rigidez é diferente de estabilidade, quando mantemos uma contração constante da musculatura do tronco provocamos rigidez, isto leva a uma aproximação das articulações e em longo prazo pode gerar perda de mobilidade e desgaste articular.

O ideal é fazer exercícios que aumentem sua percepção corporal, melhorem ajustes posturais de forma natural, sem provocar rigidez, treino de equilíbrio, variar tipos de movimentações no treino, manter uma boa mobilidade articular e treinar a coordenação motora de forma global. Assim seu corpo aprende naturalmente a ativar os músculos estabilizadores na hora certa de forma inconsciente, pois não existe a hipótese de termos que pensar em quais músculos temos que contrair em cada momento, pois com a quantidade de músculos que temos isso seria impossível e ineficiente.

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Artigo Escrito Por:

Cláudio Cotter

Claudio Cotter | CREFITO 30874-F

Instagram: @fisiocorredor

  • Graduação em Fisioterapia pela Universidade Cidade de São Paulo;
  • Especialista em RPG;
  • Formação no Método Busquet;
  • Pós Graduado em Medicina Psicossomática – Associação Brasileira de Medicina Psicossomática;
  • Ex-Fisioterapeuta da Seleção Brasileira Feminina de Futebol (CBF);
  • Colunista do Portal Ativo e Webrun;
  • Ultramaratonista;
  • Consultor da Mizuno segmento running;
  • Sócio-fundador da CM.2 Clínica Multidisciplinar.

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